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Pneumologia10 julho 2023

CURB-65: a utilidade do escore de risco para pneumonia

O escore CURB-65 avalia a presença de confusão mental, disfunção renal, taquipneia, hipotensão e idade elevada.

A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é uma causa importante de morbidade e mortalidade em nosso meio. Paciente idosos e com comorbidades estão mais suscetíveis a evolução desfavorável, com pior prognóstico. Diversas ferramentas para estratificação de risco podem ser utilizadas na prática para definição do tratamento dos pacientes, entre eles o escore CURB-65, um acrônimo que utiliza variáveis clínicas e laboratoriais para utilização no manejo de pacientes com PAC.

Leia mais: Alergia: o que temos de mais recente sobre o assunto?

O CURB-65 foi desenvolvido em 2003 e se tornou uma das principais ferramentas para avaliação de pacientes com pneumonia no departamento de emergência. O trabalho original avaliou mais de mil pacientes em países como o Reino Unido e a Nova Zelândia, demonstrando que a avaliação de um score baseado em seis variáveis pode ser um preditor de mortalidade.   

A presença de confusão mental (Confusion), ureia > 50 mg/dL (Urea), frequência respiratória acima de 30 irpm (Respiratory rate), pressão arterial sistólica abaixo de 90 mmHg ou diastólica menor que 60 mmHg (Blood pressure) e idade acima de 65 anos foram associados a piores desfechos. O escore varia de 0 a 5, sendo que cada variável pontua um ponto. A mortalidade em 30 dias para pacientes com escore 0 foi 0,07% e para aqueles com pontuação máxima, 57%.

Atualmente o escore pode ser utilizado em sua forma original ou simplificada (sem a avaliação da ureia – CRB 65) para definição de risco e local de tratamento de pacientes com PAC. Na avaliação clínica, indivíduos com escore 0 ou 1 são considerados casos leves e podem ser tratados de forma ambulatorial.   

Aqueles que pontuam 2 devem ser considerados para internação em enfermaria e os de 3 a 5 devem ser avaliados para internação em unidade de terapia intensiva. Além da PAC, o escore CURB-65 também pode ser utilizado para pacientes com covid-19 já que as doenças compartilham fatores de risco semelhantes.   

O julgamento e avaliação clínica são fundamentais na decisão de como e onde tratar os pacientes. As ferramentas de estratificação de risco ajudam a corroborar decisões sempre baseadas na avaliação global dos pacientes. Além disso, é preciso estar atento às condições clínicas e sociais do paciente que garanta o acesso e a continuidade do cuidado.  

Veja também: Drenagem tubular do hemitórax ou aspiração para pneumotórax espontâneo primário?

curb-65

 Mensagens práticas  

  • O escore CURB-65 avalia a presença de confusão mental, disfunção renal, taquipneia, hipotensão e idade elevada;  
  • Pacientes com pontuações elevadas apresentam piores desfechos e mortalidade elevada, devendo ser considerados para internação até mesmo em unidade de terapia intensiva; 
  • A utilização de escores de risco deve ser associada a avaliação clínica dos pacientes para tomada de decisões.  
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Referências bibliográficas

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