Nesta semana, publicamos um caso clínico de um paciente com asplenia. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos abordar a apresentação clínica da condição na infância.
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Apresentação clínica
Os pacientes com asplenia ou com função esplênica prejudicada apresentam risco elevado para sepse fulminante, principalmente por germes encapsulados como o Streptococcus pneumoniae, algumas cepas de Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis.
A asplenia pode apresentar causas anatômicas (congênita, pós-cirúrgica) e funcionais (anemia falciforme, malária, radiação, doença metabólica).
Abordagem diagnóstica
O diagnóstico é feito pela anamnese, verificando a presença de doenças como a anemia falciforme e história de trauma abdominal, além de exames de imagem como ultrassonografia (USG), tomografia computadorizada (TC) e ressonância nuclear magnética (RNM) de abdome, que podem revelar a ausência do baço.
Corpúsculos de Howell-Jolly no sangue periférico podem ser encontrados nos casos de asplenia.
O exame mais específico é o estudo radioisotópico, mas nem sempre é realizado.
Outras alterações da série vermelha podem ser encontradas: células em alvo, corpúsculos de Heinz, corpúsculos de Pappenheimer, reticulócitos e esferócitos.
Acompanhamento
Como o baço é o principal local de produção de anticorpos IgM, necessários para a opsonização de patógenos encapsulados, é recomendado que o paciente receba imunização contra Streptococcus pneumoniae (pneumo 13 e pneumo 23), Neisseria meningitidis (meningo ACWY e meningo B, se possível) e Haemophilus influenzae tipo b pelo menos 14 dias antes de esplenectomia eletiva (idealmente, cerca de 10-12 semanas antes do procedimento). A vacina contra influenza também está indicada.
Quando não for possível vacinar os pacientes antes da cirurgia, administrar as imunizações 14 dias após o procedimento, a fim de garantir níveis de imunização semelhantes à profilaxia pré-operatória. Se a vacina for realizada antes do 14º dia pós-operatório, repetir as vacinas 8 semanas após as doses iniciais.
Aguardar, pelo menos, 3 meses para fazer as vacinas em pacientes que estiverem em tratamento imunossupressor com radio ou quimioterapia.
Crianças com anemia falciforme devem ter garantida a vacinação antes de 5 anos de idade. Com menos de 24 meses de idade, fazer quatro doses da vacina PCV13 (pneumo 13) – 2, 4, 6, e 12 a 15 meses. Criança asplênica com ≥ 24 meses de idade, fazer a PPSV23 (pneumo 23), oito semanas após terminar a imunização com PCV13. Repetir a dose de PPSV23 após cinco anos nos pacientes asplênicos, sendo recomendado reforço após três anos, nos casos de anemia falciforme (se possível, repetir a cada cinco anos).
Realizar também reforço com a vacina meningo ACWY, a cada cinco anos.
Crianças e adolescentes entre 6-18 anos que não receberam nenhuma das duas vacinas devem receber uma dose de PCV13 seguida por uma dose de PPSV23, após pelo menos oito semanas, com dose de reforço da PPSV23 após cinco anos.
Realizar a vacinação para Influenza anualmente e não esquecer de realizar as outras vacinas do calendário vacinal, incluindo aquelas de vírus vivo (exceto nos casos em que o paciente apresente alguma outra contraindicação).
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