Logotipo Afya

Produzido por

Anúncio
Cardiologia9 junho 2016

Qual achado semiológico não deve ser encontrado neste paciente com valvopatia aórtica?

Observe a Ressonância Magnética do paciente com valvopatia aórtica:https://youtu.be/XBnxggc6QSs[polldaddy poll=9435972]Resposta abaixo↓↓↓↓↓↓Resposta: não espera se encontrar neste caso estalido de abe…

Observe a Ressonância Magnética do paciente com valvopatia aórtica:https://youtu.be/XBnxggc6QSs[polldaddy poll=9435972]Resposta abaixo↓↓↓↓↓↓

Resposta: não espera se encontrar neste caso estalido de abertura de mitral e B1 hiperfonética.

[object Promise]

Na imagem de ressonância da questão podemos observar um jato ejetivo de estenose aórtica e um jato regurgitativo de insuficiência aórtica, configurando uma dupla lesão aórtica.

A estenose aórtica apresenta como achado semiológico típico um sopro ejetivo mesossistólico crescendo-decrescendo (em diamante), de maior intensidade no foco aórtico, com irradiação para a fúrcula esternal e carótidas.

A insuficiência aórtica produz um sopro protodiastólico aspirativo de alta frequência, melhor audível com o diafragma do estetoscópio no terceiro espaço intercostal esquerdo (foco aórtico acessório), com o paciente inclinado para frente e em expiração forçada. Inicia-se logo após o componente aórtico da segunda bulha e tende a ser decrescente, refletindo a diminuição progressiva do fluxo regurgitante.

O jato regurgitante aórtico pode ficar direcionado para o folheto anterior da valva mitral, impedindo-o de abrir adequadamente durante a diástole ventricular. Isto pode causar um padrão similar ao da estenose mitral, inclusive com sopro diastólico em ruflar. Esse sopro é chamado de Austin Flint. A vibração do aparelho mitral normal durante a regurgitação aórtica (seta) causa uma estenose mitral funcional. Um dica para diferenciar o sopro de Austin Flint do sopro da estenose mitral orgânica (geralmente por acometimento reumático) é a ausência de estalido de abertura da mitral e de B1 hiperfonética. Por quê? Basta entender a destino destes 2 achados na estenose mitral reumática. O estalido de abertura ocorre pelo impacto do sangue que se desloca do Ae para o VE ao bater na valva mitral com as cúspides fusionadas. A analogia seria igual à vela de um barco que ao ser atingida por uma forte rajada de vento se “abre” para o lado oposto ao do vento gerando um som característico. Já o estalido de abertura ocorre na estenose mitral reumática porque valva espessada tende a ficar maximamente aberta até o final da diástole uma vez que o sangue tem resistência ao passar por ela. Quando o VE contrai ele encontra a valva bastante aberta e isso causa uma B1 (som resultante do fechamento da mitral + tricúspide) com som aumentado. Seria a analogia de se bater uma porta com força. Quanto mais aberta ela estiver, maior será o som resultante do seu fechamento.

Quando passamos para o sopro de Austin Flint, a mitral é estruturalmente normal. Ela apenas não consegue abrir adequadamente porque o relfuxo aórtico não permite. Desta forma, não ocorre o estalido de abertura da mitral uma vez que a extremidade de suas cúspides não estão fusionadas. também não ocorre B1 hiperfonética uma vez que ao final da diástole a mitral tende a estar pouco aberta devido ao refluxo aórtico. Na analogia, seria como se a porta estivesse semi fechada antes de ser empurrada. O som do fechamento da porta então não será alto como na estenose mitral reumática.

Autoria

Foto de Ana Maria Coelho Bastos

Ana Maria Coelho Bastos

anuncio cardiopapers

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Cardiologia