O Ministério da Saúde tenta ampliar o acesso da população a medicamentos para profilaxia pré e pós-exposição (PrEP e PEP) através da oferta em Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM), estabelecimentos que fazem parte de serviços de saúde e realizam a gestão e a dispensação de medicamentos antirretrovirais, oferecendo tratamentos ou insumos para a prevenção de HIV.
“Nossa meta é expandir a oferta de PrEP e PEP em proporções nunca vistas no Brasil e evitar novos casos de infecção pelo HIV. Com o aumento de serviços de saúde que ofertam as profilaxias, reduziremos as barreiras de acesso a essas tecnologias de prevenção”, afirmou o diretor do departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), Draurio Barreira.
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Unidades Dispensadoras de Medicamentos e coordenação em saúde
As orientações para as UDMs que tiverem interesse em disponibilizar as profilaxias de pré e pós-exposição (PrEP e PEP) foram descritas em nota técnica do ministério direcionada a Coordenações Estaduais e Municipais de HIV/Aids e de Assistência Farmacêutica, o texto está acessível por este link.
De acordo com Barreira, “Para que essa ampliação tenha êxito, precisamos estar muito bem articulados com os estados e municípios e temos trabalhado nisso, inclusive com a reinstalação da Comissão de Gestão do Dathi.”
As UDMs deverão se cadastrar no Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (Siclom) e não precisam estar vinculados a serviços ambulatoriais que prestem atendimento a pessoas vivendo com HIV ou aids e/ou outras infecções sexualmente transmissíveis.
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“As coordenações locais de HIV e aids e de assistência farmacêutica devem avaliar a adequação do número e localização de seus serviços farmacêuticos às necessidades da população, considerando a implementação de novos pontos de dispensação das profilaxias e de insumos de prevenção como preservativos e autoteste para HIV em seus territórios”, completou o diretor.
Combate à AIDS
A UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS) possui metas globais para dar fim a pandemia de AIDS em 2030. Para isso o órgão pretende atingir as metas 95-95-95, o que significa: atingir índices de 95% de pessoas que vivem com HIV cientes de seu diagnóstico, e, nesse grupo, que 95% estejam em tratamento; e que 95% de pessoas vivendo com HIV e realizando o tratamento apresentem carga viral suprimida.
Atualmente, os índices apresentados pelo Brasil estão em 88-83-95, e uma das dificuldades é justamente o problema de acesso aos recursos de prevenção e tratamento no país.
Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal
Autoria

Augusto Coutinho
Jornalista formado pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) em 2009, com extensão em Produção Editorial (UNESP) e Planejamento Digital (M2BR Academy).
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