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Infectologia29 outubro 2025

Candidíase invasiva

Quais são os desafios e as perspectivas dessa condição que estima-se afetar cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo
Por Raissa Moraes

Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Mundipharma de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.

Estima-se que as infecções fúngicas invasivas afetem em torno de 1 bilhão de pessoas no mundo todo, levando a cerca de 1,7 milhão de óbitos.1 A epidemiologia dessas infecções mudou muito nas últimas duas décadas devido ao uso de profilaxia de amplo espectro, o que reduziu a prevalência de diversas espécies, aumentou a pressão seletiva contribuindo para o surgimento de patógenos anteriormente incomuns e que frequentemente são resistentes aos azólicos habitualmente disponíveis.2 Além disso, permitiu uma maior sobrevida de pacientes com fatores de risco tradicionais, como os portadores de neoplasias hematológicas, os neutropênicos, os transplantados de órgãos sólidos e outros.1,2

O surgimento de fungos resistentes a medicamentos representa um problema de saúde pública significativo, pois as opções terapêuticas são limitadas e as infecções estão associadas a resultados desfavoráveis.2 Nas últimas duas décadas houve uma mudança na predominância de infecções de cepas suscetíveis de C. albicans para espécies não suscetíveis de Candida não albicans.2,3

A maioria das falhas no tratamento com equinocandinas para candidíase invasiva não se deve à resistência aos medicamentos, e sim à uma combinação de fatores que geralmente está envolvida em pacientes com infecções por Candida refratária a equinocandinas, como doença subjacente não controlada, gravidade da doença que requer exposição contínua a condições de risco para candidemia, função imunológica do hospedeiro, fonte de controle, sepse com infecção profunda e parâmetros farmacocinéticos/farmacodinâmicos.4-6

Espécies comensais de Candida (spp.) estão presentes na pele e mucosa em até 70% dos indivíduos saudáveis, mas a candidíase invasiva (CI) pode ocorrer como uma infecção oportunista em indivíduos imunocomprometidos. No ambiente hospitalar, a CI e candidemia figuram entre as infecções fúngicas e de corrente sanguínea frequentemente observadas e estão associadas a elevada morbimortalidade.3 Cinco espécies são as responsáveis pela maioria dos casos: C. albicans, Nakaseomyces glabratus (antigamente C. glabrata), Pichia kudriavzevii (C. krusei), C. tropicalis e C. parapsilosis. Vale destacar, ainda, C. auris pelo seu elevado potencial de transmissão nosocomial desde o seu surgimento.1,3 A CI é tratada com antifúngicos sistêmicos, sendo as equinocandinas recomendadas como primeira linha pelas diretrizes.1,3,7

Apesar da necessidade de mais opções de antifúngicos, a última droga aprovada para tratamento de CI e candidemia foi a anidulafungina em 2007.1,3 Felizmente, algumas opções terapêuticas estão em fase de aprovação nos órgãos regulatórios mundialmente, dentre elas vale destacar a rezafungina, uma equinocandina de segunda geração com um perfil PK/PD diferenciado. A rezafungina recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA em março de 20238, da Comissão Europeia (EMA) em dezembro de 20239 e da Anvisa em 29 de abril de 2024.10

A rezafungina foi projetada para otimizar as propriedades farmacocinéticas ao reduzir sua degradação, enquanto mantém seu potencial antifúngico e o perfil de segurança da classe das equinocandinas.2,11 Assim como as demais equinocandinas, a atividade fúngica da rezafungina se dá pela inibição da β-1,3-D-glucano sintase, o que resulta na desestabilização da parede celular do fungo, sendo, portanto, fungicida, ao contrário da classe dos azóis que são fungistáticos.3,11,12

Essa droga é um análogo da anidulafungina, com uma alteração estrutural que resulta em uma meia-vida mais longa (aproximadamente 130 horas).13 Isso permite que a rezafungina seja administrada em intervalos prolongados, uma vez por semana.2,3 Além disso, a meia-vida mais longa, somada a dose inicial de ataque, permite maior atividade antifúngica no início do tratamento, o que reduz a chance de surgirem mutações que conferem resistência ao gene FKS, principal origem de resistência das equinocandinas.3 Vale destacar que os estudos mostram que não há necessidade de ajuste pela função renal, hepática, ou por idade e obesos, não causa alteração do intervalo QT e até o momento não há interação medicamentosa relevante.1

A rezafungina demonstrou atividade contra uma ampla gama de isolados, incluindo Candida spp. resistente à azóis, requerendo menor exposição farmacocinética/farmacodinâmica que outras equinocandinas, o que permitiria o tratamento de alguns isolados com MICs elevados.3 Ela também demonstrou boa penetração intra-abdominal em modelos animais, o que é uma limitação importante de outras equinocandinas, as quais não apresentam boa penetração em tecidos abdominais e sítios profundos devido ao baixo nível sérico alcançado nestes sítios.14 Ademais, o ensaio de fase 3, ReSTORE, realizado com pacientes com candidemia e/ou CI, mostrou que o tratamento semanal com rezafungina foi não inferior ao tratamento diário com caspofungina ao analisar mortalidade por todas as causas no 30º dia e cura global no 14º dia, com um perfil de segurança semelhante.15 Vale destacar que esse mesmo estudo demonstrou tendência de benefício da primeira dose de ataque e meia-vida mais longa da rezafungina em comparação com a caspofungina no que se refere à erradicação micológica precoce no quinto dia de tratamento.15

Assim, diversos fatores relacionados a rezafungina chamam a atenção, como: meia-vida prolongada somada a dose de ataque que levam a alta exposição do fungo à medicação (AUC/MIC),1,3 ação in vitro contra diversas espécies de Candida, incluindo Candida auris,1,2,3 boa penetração tecidual em órgãos abdominais em estudos de modelo animal,8 possibilidade de uso semanal, erradicação micológica precoce, quando comparado à caspofungina e tendência de liberação antecipada de leito de UTI.1,2,3 A possibilidade de administração semanal facilita a desospitalização, reduz complicações nosocomiais, infecções relacionadas ao uso de cateteres centrais, as readmissões devido a complicações no uso de antibioticoterapia parenteral ambulatorial, além de diminuir os custos ambulatoriais e aumentar a adesão dos pacientes ao tratamento.1,2,3 Além disso, a baixa interação medicamentosa e o fato de não haver necessidade de ajuste pela função renal e hepática são vantajosos nos casos complexos em que muitas vezes o paciente faz uso de polifarmácia.1,3 Isso inclui os casos de pacientes transplantados, em que os azóis apresentam diversas interações com as medicações imunossupressoras.16

Código de aprovação: BR-RZF-2400049

Data de preparo: Outubro de 2025

Informações do patrocinador

Acesse a bula completa de REZZAYO® aqui:

REZZAYO® é uma marca registrada da Napp Pharmaceutical Group Limited, uma empresa da rede Mundipharma

CONTRAINDICAÇÃO: hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer dos excipientes listados na composição.

INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: Não foram observadas interações medicamentosas clinicamente relevantes.

Autoria

Foto de Raissa Moraes

Raissa Moraes

Médica do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ ⦁ Mestrado em Pesquisa Clínica pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ ⦁ Infectologista pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ ⦁ Graduação em Medicina pela Universidade Federal Fluminense

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Referências bibliográficas

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