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Cardiologia14 novembro 2019

Qual o Risco de Mortalidade Após Ablação por Cateter de Fibrilação Atrial?

A ablação por cateter é uma importante ferramenta para o tratamento de pacientes com fibrilação atrial (FA) sintomática ou FA associada à insuficiência cardíaca (IC).

Por Pedro Veronese

A ablação por cateter é uma importante ferramenta para o tratamento de pacientes com fibrilação atrial (FA) sintomática ou FA associada à insuficiência cardíaca (IC). Se quiser rever as principais indicações de ablação de FA, dê uma lida neste outro post publicado por mim recentemente.

Porém, como todo procedimento invasivo, a ablação por cateter de FA não é isenta de complicações e, portanto, uma indicação precisa sempre se faz necessária. Neste contexto, acaba de ser publicado um importante estudo sobre o risco de mortalidade precoce pós-ablação de FA (Journal of the American College of Cardiology Volume 74, Issue 18, November 19DOI: 10.1016/j.jacc.2019.08.1036). Utilizando um banco de dados norte-americano, mais de 60 mil admissões para realização de ablação de FA foram avaliadas. Foram incluídos pacientes ≥ 18 anos, entre 2010 e 2015. Mortalidade precoce foi definida como mortalidade por todas as causas durante a internação para o procedimento ou em uma readmissão em até 30 dias após a ablação.

Mortalidade precoce após ablação de FA ocorreu em 0,46% dos casos, sendo que em 54,3% das vezes ocorreu na readmissão do paciente. Após ajustes estatísticos para idade e comorbidades, complicações periprocedimento, IC e baixo volume de ablações no hospital foram associados com mortalidade precoce. As principais complicações periprocedimento foram: cardíacas – perfurações, tamponamento cardíaco, choque cardiogênico, parada cardiorrespiratória; neurológicas – AIT e AVC. Complicações vasculares, pneumotórax, hemotórax, sangramentos, hematomas e hemorragias completam este quadro.

Nesta coorte nacionalmente representativa, a mortalidade precoce após ablação de FA afetou 1 em cada 200 pacientes, sendo que a maioria das mortes ocorreu durante a readmissão do paciente em até 30 dias.

Os autores do estudo concluem, como já dito anteriormente, que os principais preditores de mortalidade precoce foram complicações periprocedimento, IC e baixo volume de procedimentos no hospital (< 21 ablações ano). O pronto manuseio de complicações pós-procedimento e da IC podem ser fundamentais para se reduzir mortalidade neste cenário.

Conclusão do Cardiopapers:

  1. Como todo procedimento invasivo em medicina, certifique-se de que a indicação do procedimento é precisa. Dê menos importância ao ritmo encontrado no ECG e mais na avaliação completa do seu paciente.
  2. Uma vez indicado o procedimento, procure as equipes com mais experiência e que trabalhem em hospitais que estejam habituados a manusear as possíveis complicações.

Quando a indicação é precisa, a equipe é experiente e o hospital tem volume de procedimentos, complicações são possíveis, mas costumam ser resolvidas prontamente.

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Pedro Veronese

Redator em cardiopapers

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