Logotipo Afya

Produzido por

Anúncio
Cardiologia25 maio 2022

Desafio de ECG – qual a taquiarritmia mostrada?

Você está de plantão na sala de emergência e recebe uma paciente do sexo feminino, 64 anos, com queixa de palpitações iniciadas há uma hora.Os sinais vitais na entrada são: FC 170 bpm, PA 130×80, Sat …

Por Gabriela Marsiaj

Você está de plantão na sala de emergência e recebe uma paciente do sexo feminino, 64 anos, com queixa de palpitações iniciadas há uma hora.Os sinais vitais na entrada são: FC 170 bpm, PA 130×80, Sat O2 95%.

[object Promise]
[yop_poll id=”2″]Resposta:↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓↓Resposta: Batemos o olho e logo vemos que se trata de uma taquicardia de QRS estreito e com R-R regular.Não há onda P visível, porém nota-se um entalhe na porção final de V1 (pseudo R) e de DII (pseudo S), que corresponde à onda P retrógrada.

[object Promise]

Trata-se, portanto, de uma TPSV com RP curto (nesse caso específico, RP < 70 ms), cuja causa mais provável é a taquicardia por reentrada nodal (TRN).A TRN é a taquicardia supraventricular mais comum e ocorre mais frequentemente em mulheres de meia idade.A taquicardia ocorre por um mecanismo de reentrada no nó atrioventricular (NAV). O circuito envolve duas vias - uma via rápida (período refratário longo) e uma via lenta (período refratário curto).A arritmia se inicia quando um extraestímulo chega ao NAV e encontra a via rápida no período refratário e, assim, desce aos ventrículos pela via lenta. Ao chegar na porção inferior do NAV, o estímulo pode encontrar a via rápida fora do seu período refratário e retornar aos átrios, completando assim o circuito de reentrada.

[object Promise]

Pacientes normalmente relatam sintomas de palpitações e vertigem de início e término súbitos. As crises podem ocorrer espontaneamente ou após uso de estimulantes, como cafeína ou álcool.Cerca de metade dos pacientes relatam sentir uma sensação de pulsação no pescoço durante a taquicardia (“frog”), causada pela contração simultânea de átrios e ventrículos (o átrio se contrai contra a válvula tricúspide fechada).Como a manutenção da TRN depende da condução pelo nó AV, manobras ou drogas que retardam a condução e prolongam a sua refratariedade podem ser usadas para encerrar a taquicardia.Se houver estabilidade hemodinâmica, pode-se realizar inicialmente a manobra vagal – massagem do seio carotídeo (atenção para pacientes idosos e com alto risco para doença aterosclerótica) ou manobras de valsalva – e/ou adenosina IV (dose inicial de 6 mg e posteriormente 12 mg em bolus).Se inefetivos, pode-se fazer uso de betabloqueador ou diltiazem / verapamil IV e em último caso Amiodarona IV.Lembrando que se em algum momento houver instabilidade hemodinâmica, deve-se prontamente realizar a cardioversão elétrica sincronizada.No caso apresentado, houve reversão para o ritmo sinusal após administração de Adenosina 6 mg.Note que aqueles entalhes apontados em V1 e DII já não aparecem mais:

[object Promise]

E o que fazer com essa paciente após a reversão para o ritmo sinusal?O tratamento farmacológico a longo prazo, eficaz em 30% a 60% dos casos, inclui o uso de betabloqueadores e bloqueadores de canal de cálcio. Caso sejam ineficientes, pode-se usar anti-arrítmicos classe IC (propafenona) ou antiarrítmicos classe III (sotalol).Devido à sua alta eficácia (>95%) e baixa incidência de complicações, a ablação por cateter tornou-se a terapia preferencial em relação à terapia farmacológica e pode ser oferecida como opção terapêutica inicial.

Fonte:

– Clinical arrhythmology and electrophysiology: a companion to Braunwald’s heart disease / Ziad F. Issa, John M. Miller, Douglas P. Zipes.— 2nd ed.

Autoria

Foto de Gabriela Marsiaj

Gabriela Marsiaj

Redator em cardiopapers

anuncio cardiopapers

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Cardiologia