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Cardiologia6 julho 2021

Como eu uso Tenecteplase

A tenecteplase é um ativador de plasminogênio tecidual recombinante. Ele é mais fibrino-específico e tem maior duração de ação do que a alteplase. Tem estrutura bem semelhante à alteplase. Atua, porta…

A tenecteplase é um ativador de plasminogênio tecidual recombinante. Ele é mais fibrino-específico e tem maior duração de ação do que a alteplase. Tem estrutura bem semelhante à alteplase. Atua, portanto, promovendo a fibrinólise ao se ligar à fibrina, e levando à conversão de plasminogênio em plasmina.

Está disponível com o nome de Metalyse®, e vem nas apresentações de 40mg (ou 8000 UI) em 8ml numa seringa pré-carregada ou 50mg (10000UI) numa seringa de 10ml.

Diferente dos demais trombolíticos, esse tem a grande vantagem de ser administrado em bolus, em 5 a 10 segundos.

A dose depende do peso: 30mg se < 60 kg, 35mg se 60-70kg, 40mg de 70-80kg, 45mg se 80-90kg e 50mg se ≥ 90kg.

Seu tempo de meia vida é bifásico. Inicial em cerca de 20 minutos, e terminal em 90 a 130 minutos.

INDICAÇÃO

Tenecteplase está indicada para uso para pacientes com infarto agudo do miocárdio. O estudo ASSENT-2 foi publicado no Lancet em 1999. Comparou seu uso com a alteplase, e mostrou eficácia semelhante, com menos sangramento não-cerebral no grupo tenecteplase.

Ainda no cenário do infarto, o estudo STREAM testou o uso da tenecteplase na estratégia fármaco-invasiva – fibrinólise em bolus seguido de angioplastia de resgate ou eletiva em até 24 hs. Durante o estudo, houve um ajuste do protocolo, recomendando o uso de 50% da dose em pacientes com mais de 75 anos, por uma elevação inicial do risco de sangramento intracraniano. Isso reduziu a taxa de sangramentos no estudo, mas essa estratégia ainda precisa ser validada. O estudo STREAM-2 pode nos ajudar a responder essa questão.

Não há recomendação em bula para uso para AVC isquêmico ou embolia pulmonar, mas já existem alguns estudos que mostram eficácia e segurança semelhante à da alteplase no cenário do AVCi. Seu uso em AVCi e embolia pulmonar ainda é considerado off-label.

CONTRA-INDICAÇÕES

É sempre importante checar as contraindicações antes de prescrever a droga. Não devemos utilizar nesses pacientes: qualquer sangramento intracraniano prévio, AVC isquêmico nos últimos 3 meses, dano ou neoplasia de SNC, trauma significante na cabeça ou rosto nos últimos 3 meses, lesão vascular cerebral conhecida (MAV), dissecção aguda de aorta, sangramento ativo (exceto menstruação) e discrasia sanguínea.

Contraindicações relativas seria: AVC isquêmico com mais de 3 meses, gravidez, uso de antagonistas de vitamina K, como a varfarina, reanimação cardiopulmonar prolongada, cirurgia de grande porte < 3 semanas, hipertensão arterial não controlada (> 180x110mmHg), punção não compressível.

COMPLICAÇÕES

Complicações mais comuns são sangramentos de qualquer sítio.

Autoria

Foto de Fernando Côrtes Remisio Figuinha

Fernando Côrtes Remisio Figuinha

Médico cardiologista formado pelo Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP. É editor e fundador do site de ensino CardioPapers. Atua como cardiologista no Hospital Dr. Miguel Soeiro – Sorocaba/SP. Secretário da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) regional Sorocaba.

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