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Cardiologia17 dezembro 2021

Cirurgia bariátrica é um tratamento eficaz para esteatose hepática?

A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), a manifestação hepática da síndrome metabólica, é a principal causa de doença hepática em todo o mundo. A esteatohepatite não-alcoólica (NASH) repres…

A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), a manifestação hepática da síndrome metabólica, é a principal causa de doença hepática em todo o mundo. A esteatohepatite não-alcoólica (NASH) representa a forma progressiva da DHGNA, na qual a esteatose é acompanhada por inflamação e fibrose que pode levar a cirrose e hepatocarcinoma.

Publicado recentemente no JAMA, o estudo SPLENDOR avaliou o impacto da cirurgia bariátrica na redução de eventos adversos relacionados ao fígado (progressão para cirrose, hepatocarcinoma, transplante hepático ou morte) e eventos cardiovasculares (MACE). Foram incluídos 1.158 pacientes com NASH comprovado por biópsia sem cirrose; 650 foram submetidos à cirurgia bariátrica (83% by-pass e 17% Sleeve) e os 508 restantes serviram como controles. Os participantes tinham uma idade mediana de 49,8 anos, um índice de massa corporal (IMC) mediano de 44,1 kg/m2 e quase 64% eram mulheres.

Durante um follow up de 10 anos, houve redução dos desfechos hepáticos (redução absoluta de 12,4% (IC 95%, 5,7% -19,7%); HR 0,12 (IC 95%, 0,02-0,63)) e cardiovasculares (redução absoluta de 13,9% (IC de 95%, 5,9% -21,9%); HR (IC 95%, 0,12-0,72)). Além disso, os pacientes no grupo de cirurgia bariátrica tiveram maiores reduções de peso (22% vs 4,6%, respectivamente) e nos níveis de HbA1c (diferença absoluta de – 1,6%).

Devemos lembrar que a obesidade é o principal fator fisiopatológico da NASH, sendo a perda de peso o tratamento primário recomendado, visto que intervenções diretamente dirigidas ao processo inflamatório são escassas. Considerando que toda a amostra era formada por pacientes obesos, a maioria com obesidade graus 2 e 3, e 40% tinha diabetes, percebemos a clara indicação da cirurgia bariátrica, de forma que o achado do estudo só vem acrescentar mais um benefício na realização do procedimento.

Autoria

Foto de Luciano de França Albuquerque

Luciano de França Albuquerque

Graduação em medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco • Residência em Clínica Médica pelo Hospital Regional de Juazeiro – BA • Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da UFPE • Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia • Médico Endocrinologista no Hospital Esperança Recife e Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa

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