Logotipo Afya
Anúncio
Neurologia22 maio 2025

Ataxia de Friedreich: desafios e esperança

Entenda melhor os sintomas, diagnóstico e tratamento atual desta doença rara assistindo ao vídeo!
Por Mariana Sobreiro

A Ataxia de Friedreich é uma doença genética rara e neurodegenerativa que afeta a coordenação motora e outras funções neurológicas.1 Este vídeo visa aumentar a conscientização sobre a doença, destacando seus desafios e as esperanças de tratamento.

A Ataxia de Friedreich é a forma mais comum de ataxia hereditária em humanos.2 Caracterizada pela perda da coordenação de movimentos musculares voluntários e equilíbrio, a doença também pode causar disfunção cardíaca, escoliose e diabetes mellitus. A identificação precoce dos sinais e sintomas é crucial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.1

Fisiopatologia

A doença é causada por mutações no gene da frataxina (FXN), localizado no cromossomo 9q13, resultando em disfunção mitocondrial.3 Pacientes com Ataxia de Friedreich apresentam uma repetição expandida do trinucleotídeo guanina-adenina-adenina (GAA), que reduz a transcrição do gene e a expressão da frataxina.4 A gravidade da doença varia conforme o número de repetições GAA, com expansões maiores correlacionadas a um início precoce e evolução rápida da ataxia.5,6

Epidemiologia

A Ataxia de Friedreich geralmente se manifesta na adolescência, e a idade de início é um preditor importante da gravidade e velocidade de progressão da doença. Pacientes com maior número de repetições GAA tendem a apresentar sintomas mais graves e progressão mais rápida.7

Manifestações clínicas

Os principais sintomas incluem disfunção neurológica, escoliose, cardiomiopatia e diabetes mellitus.1 A ataxia de membros e a perda precoce da propriocepção são comuns, exacerbando a ataxia cerebelar. Esses sintomas, geralmente, aparecem na adolescência e podem evoluir ao longo dos anos.8

Avaliação e diagnóstico

O diagnóstico é baseado em achados clínicos e confirmado por testes genéticos que identificam a expansão no gene FXN. Exames de neuroimagem, como tomografia e ressonância, são utilizados para excluir outras causas e avaliar a atrofia cerebelar.1

Tratamento

Em 2023 e 2025, a FDA e a Anvisa, respectivamente, aprovaram o medicamento omaveloxolona para pacientes com Ataxia de Friedreich a partir de 16 anos.9-11 A omaveloxolona tem como alvo o fator nuclear eritroide 2 relacionado ao fator 2 (NRF2), um regulador mestre na via antioxidante.9 Estudos mostraram que o medicamento melhora a função neurológica em pacientes, embora os efeitos adversos incluam aumento de aminotransferase transitório, cefaleia, náusea e diarreia.12

O manejo da Ataxia de Friedreich deve ser feito por uma equipe multiprofissional, incluindo fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. A terapia ocupacional e a fisioterapia são essenciais para abordar a perda de equilíbrio e controle motor fino. O acompanhamento com especialistas, como endocrinologistas, ortopedistas e cardiologistas, é fundamental para o manejo de complicações.1

Prognóstico

A gravidade da doença e a taxa de progressão variam conforme o número de repetições GAA.4-6 O tempo médio do início dos sintomas até o uso de cadeira de rodas varia de 11 a 25 anos. A maioria dos pacientes morre entre 30 e 40 anos, principalmente devido à disfunção cardíaca.13

Progresso recente

Novas estratégias estão sendo testadas para melhorar a função mitocondrial e aumentar a expressão da frataxina.3 Terapias de edição genética prometem ser o futuro do tratamento, com estudos mostrando resultados promissores em modelos animais.14,15

A Ataxia de Friedreich é uma doença neurológica rara e progressiva que impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes. A conscientização sobre a doença é essencial para promover diagnósticos precoces e apoiar tratamentos e pesquisas. Ao discutir sobre a Ataxia de Friedreich, estamos oferecendo informações vitais e mostrando solidariedade aos indivíduos que convivem com essa condição.

Autoria

Foto de Mariana Sobreiro

Mariana Sobreiro

Médica formada pela Unigranrio, residência em Clínica Médica pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE). Residente de Geriatria e Gerontologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Editora Médica Associada da PEBMED

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Referências bibliográficas

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Mais Vídeos