A dermatite atópica (DA) é uma condição dermatológica comum que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. No entanto, quando se trata de pele negra, os desafios no diagnóstico e tratamento são ainda maiores. Neste videocast, as dermatologistas Isabela Dupin e Carolina Contin dão luz a esses obstáculos por meio da discussão sobre as melhores abordagens terapêuticas.
Importância do conhecimento sobre DA em pele negra
O Brasil possui uma população majoritariamente negra ou parda, no entanto, ela é pouco estudada em termos dermatológicos. A maioria das publicações em dermatologia tem como referência a pele clara, com poucos trabalhos abordando as peculiaridades da pele negra. A prevalência da dermatite atópica nessa população é significativa, e é crucial que os dermatologistas estejam atentos às necessidades específicas desses pacientes.
Desafios no diagnóstico
Diagnosticar dermatite atópica em pele negra apresenta desafios únicos. As lesões podem ter características atípicas, e há diagnósticos diferenciais com outras condições comuns em pele negra, como hiperpigmentação pós-inflamatória. Além disso, o atraso no diagnóstico, devido à falta de conhecimento sobre manifestações específicas, pode levar a manifestações mais graves e maior impacto na qualidade de vida do paciente.
Abordagem terapêutica
O tratamento da dermatite atópica em pele negra também apresenta desafios. É essencial considerar a hidratação intensa para melhorar a barreira cutânea, o manejo da hiperpigmentação e a redução da coceira. Terapias direcionadas são importantes para casos moderados a graves da doença. Recentemente, o lebriquizumabe, um imunobiológico, tem se mostrado eficaz no tratamento da dermatite atópica em pele negra, bloqueando seletivamente a interleucina 13 (IL-13).
Importância do tratamento personalizado
A personalização do tratamento, incluindo imunobiológicos como o lebriquizumabe, pode impactar positivamente pacientes com pele negra, pois melhora o controle dos sintomas, reduz o impacto psicológico e a hiperpigmentação. Os dermatologistas precisam considerar essas abordagens para garantir equidade no cuidado dermatológico.
Os desafios no diagnóstico e tratamento da dermatite atópica em pele negra são significativos, mas com conhecimento e abordagens terapêuticas adequadas, é possível melhorar a qualidade de vida desses pacientes. A personalização do tratamento e o uso de novas terapias, como o lebriquizumabe, são passos importantes nessa direção.
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