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Pediatria26 outubro 2021

Eficácia da Vacina da Pfizer em Crianças de 5 a 11 anos

Segundo relatório divulgado em 22 de outubro, a Pfizer relatou que sua vacina para crianças é 90% eficaz na prevenção da Covid-19.

Segundo relatório divulgado em 22 de outubro, a Pfizer relatou que sua vacina para crianças é 90% eficaz na prevenção da Covid-19. A dose da vacina para pacientes pediátricos com idades entre 5 e 11 anos é 10 microgramas, cerca de um terço da dose administrada em adolescentes e adultos. A empresa, inclusive, descreveu os resultados provisórios de dois estudos em andamento que testam a segurança e eficácia dessa posologia em dados apresentados ao órgão americano Food and Drug Administration (FDA) antes da revisão da agência.

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Eficácia da Vacina da Pfizer em Crianças de 5 a 11 anos

Estudo para avaliação da eficácia 

Os dados de eficácia da vacina Pfizer em crianças de 5 a 11 anos de idade são provenientes de um estudo com mais de 2.000 crianças dessa faixa etária. Dois terços das crianças foram designados aleatoriamente para receber a dose de 10 microgramas da vacina Pfizer-BioNTech (“grupo vacina”), enquanto o outro terço foi classificado como “grupo placebo”. 

O estudo foi iniciado quando a variante Delta se tornou dominante globalmente. Na primeira semana de outubro, 16 participantes do “grupo placebo” contraíram uma infecção sintomática por Covid-19 confirmada em laboratório, em comparação com apenas três que contraíram a doença no “grupo vacina”. 

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Os efeitos colaterais observados no estudo e relatados pela Pfizer foram quase todos leves. O mais comum relatado foi dor no local da injeção. As crianças do “grupo vacina” também apresentaram fadiga, cefaleia, febre e calafrios em frequências mais altas do que as observadas no “grupo placebo”. Estes efeitos foram mais comuns após a segunda dose. Algumas reações cutâneas foram observadas, como prurido e erupções cutâneas, mas foram em sua maioria leves e desapareceram em poucos dias. Além disso, houve relato de linfonodomegalias após a vacinação, mas esse tipo de reação foi temporário. Uma criança evoluiu com um tique que surgiu uma semana após a segunda dose da vacina (os pesquisadores relataram ser um efeito relacionado à vacina e que, de acordo com a empresa, estava cessando na época em que o estudo foi publicado). Nenhum caso de miocardite foi descrito. 

Sem restrições

No relatório, há ênfase ao fato de que, embora comorbidades (como asma, diabetes e obesidade, entre outras) aumentem o risco de Covid-19 grave e hospitalização entre crianças, aproximadamente um terço dos pacientes pediátricos internados com Covid-19 não têm comorbidades subjacentes. Portanto, a Pfizer destaca que as estratégias de vacinação neste grupo de crianças não devem ser restritas àqueles que vivem com doenças crônicas e devem incluir toda a população de 5 a 12 anos de idade para protegê-los das sequelas sintomáticas, graves ou prolongadas imprevisíveis da doença.

O FDA avaliará o relatório em 26/10/2021.

Referências bibliográficas:

Autoria

Foto de Roberta Esteves Vieira de Castro

Roberta Esteves Vieira de Castro

Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Valença ⦁ Residência médica em Pediatria pelo Hospital Federal Cardoso Fontes ⦁ Residência médica em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Mestra em Saúde Materno-Infantil (UFF) ⦁ Doutora em Medicina (UERJ) ⦁ Aperfeiçoamento em neurointensivismo (IDOR) ⦁ Médica da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da UERJ ⦁ Professora adjunta de pediatria do curso de Medicina da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques ⦁ Membro da Rede Brasileira de Pesquisa em Pediatria do IDOR no Rio de Janeiro ⦁ Acompanhou as UTI Pediátrica e Cardíaca do Hospital for Sick Children (Sick Kids) em Toronto, Canadá, supervisionada pelo Dr. Peter Cox ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) ⦁ Membro do comitê de sedação, analgesia e delirium da AMIB e da Sociedade Latino-Americana de Cuidados Intensivos Pediátricos (SLACIP) ⦁ Membro da diretoria da American Delirium Society (ADS) ⦁ Coordenadora e cofundadora do Latin American Delirium Special Interest Group (LADIG) ⦁ Membro de apoio da Society for Pediatric Sedation (SPS) ⦁ Consultora de sono infantil e de amamentação ⦁ Instagram: @draroberta_pediatra

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