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Ortopedia19 abril 2023

Hastes cefalomedulares longas ou de tamanho padrão nas fraturas ​​do quadril?

Um ensaio clínico comparou complicações mecânicas em pacientes com fraturas instáveis tratados com o uso de hastes cefalomedulares.

Por Rafael Erthal

As hastes cefalomedulares se tornaram o implante preferido para o tratamento de fraturas intertrocantéricas nos últimos anos. As hastes cefalomedulares estão disponíveis em diferentes comprimentos: hastes curtas (até 180 mm), hastes padrão (180-240 mm) ambas com bloqueio distal guiado e hastes longas (a partir de 300 mm) que são bloqueadas pela técnica de mão livre. 

Um estudo do tipo ensaio clínico randomizado comparou as complicações mecânicas em pacientes com fraturas instáveis extracapsulares da região proximal do fêmur sem extensão subtrocantérica (AO/OTA 31-A2 e 31-A3) tratados com o uso de haste de tamanho padrão ou haste longa. 

Saiba mais: Raquianestesia ou anestesia geral para fraturas do quadril em idosos?

Hastes cefalomedulares longas ou de tamanho padrão nas fraturas ​​do quadril?

Hastes cefalomedulares longas ou de tamanho padrão nas fraturas ​​do quadril?

Métodos 

O estudo foi realizado em uma única instituição acadêmica no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2017. Foram incluídos 182 participantes, com tempo de seguimento pós-operatório de um ano, randomizados para receber uma haste “padrão” (240 mm) ou uma haste longa.  

Os critérios de inclusão foram pacientes com fraturas trocantéricas femorais instáveis ​​unilaterais classificadas como 31-A2 a 31-A3 de acordo com a classificação AO/OTA de 2007 para ossos longos. Foram excluídos pacientes com fraturas patológicas, portadores de outras fraturas associadas que pudessem interferir na reabilitação e os casos envolvendo linhas de fratura estendendo-se 3 cm abaixo do trocanter menor porque a estabilidade da haste poderia ser comprometida se o istmo fosse afetado.  

Resultados 

Não foi encontrada diferença na incidência de complicações mecânicas ou gerais entre os dois grupos. Não houve casos de falha do implante, fraturas da ponta do implante ou cut outs no grupo de hastes de tamanho padrão, e ocorreram dois desvios rotacionais e um cut out no grupo tratado com haste longa e duas pseudoartroses que foram reoperadas, uma em cada grupo.  

A complicação mais comum foi a migração lateral da lâmina, com 13 (14%) pacientes no grupo de haste padrão e seis (9%) no grupo de haste longa. O tempo cirúrgico foi menor no grupo de haste padrão, com 51 minutos, em comparação com 67 minutos no grupo com haste longa (p = 0,0075). A mortalidade em um, três e 12 meses foi de 2%, 6% e 12% no grupo de haste padrão, e de 12%, 18% e 22% no grupo de haste longa. Essas diferenças foram significativas em 1 (p = 0,007) e três meses (p = 0,013), mas não em 12 meses (p = 0,075).  

Leia também: Exposição à radiação e tempo operatório no tratamento cirúrgico das fraturas transtrocanterianas do fêmur

Conclusão e mensagem prática 

Os resultados deste estudo sugerem que o uso de hastes padrão (240 mm) é recomendado para esse grupo de fraturas, pois não produz mais complicações mecânicas, é mais rápido, mais barato e tecnicamente mais fácil em comparação com o uso de hastes longas.

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