Fraturas da região distal do rádio em tórus exigem imobilização rígida?
Ensaio clínico randomizado comparou o uso de imobilizações rígidas com simples bandagem quanto aos níveis de dor e função em fraturas da região distal do rádio.
As fraturas da região distal do rádio são comuns nas crianças e neste perfil de pacientes pode ocorrer um padrão de fratura incompleta que se assemelha a um amassado no osso, sendo denominada fratura em tórus. O tratamento destas lesões é controverso, especialmente quanto ao tipo de imobilização a ser escolhida para o tratamento.
Um recente estudo do tipo ensaio clínico randomizado foi desenhado com o objetivo de comparar uso de imobilizações rígidas com simples bandagem quanto aos níveis de dor e função.
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Métodos
A amostra incluiu 965 crianças com idades entre 4 e 15 anos diagnosticadas com fratura em tórus da região distal do rádio atendidas em 23 hospitais no Reino Unido. As crianças foram randomicamente designadas em uma proporção de 1:1 para integrar o grupo de aplicação de bandagem ou o grupo de imobilização rígida. Os critérios de exclusão incluíram a presença de múltiplas lesões, diagnóstico feito mais de 36 horas após a lesão e incapacidade de completar o acompanhamento. O desfecho primário foi a avaliação da dor três dias após a randomização, medida através da Escala de Avaliação da Dor Wong-Baker FACES.
Respeitados os critérios de inclusão e exclusão, foram alocadas 489 participantes para o grupo de aplicação de bandagem e 476 para o grupo de imobilização rígida. Das crianças incluídas, 379 (39%) eram do sexo feminino e 586 (61%) do sexo masculino. Os dados do desfecho primário foram coletados para 908 (94%) dos participantes, todos os quais foram incluídos na análise de intenção de tratar modificada.
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Resultados
A dor foi equivalente após três dias, com uma média de 3,21 pontos (DP 2,08) no grupo de aplicação de bandagem, em comparação com 3,14 pontos (DP 2,11) no grupo de imobilização rígida.
Conclusão e mensagem prática
Os resultados deste estudo sugerem que existe equivalência na percepção da dor após três dias em crianças com fratura em tórus do rádio distal, seja no grupo que recebeu a aplicação de bandagem ou no grupo submetido à imobilização rígida, sem diferenças significativas em relação à dor ou função ao longo das seis semanas de acompanhamento.
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