Nas diretrizes de fibrilação atrial (FA), um escore de CHA2DS2-Vasc = 0 indica que não é necessária anticoagulação para prevenir eventos tromboembólicos. Por outro lado, um escore = 2, indica o tratamento com um dos novos anticoagulantes orais (NOAC). O grande problema está no CHA2DS2-Vasc = 1. Mas, atenção! Nas mulheres, essa dúvida existe no CHA2DS2-Vasc = 2, pois elas já ganham 1 ponto pelo sexo feminino. Vale a pena usar NOAC?
Um grupo de experts no assunto realizou uma revisão da literatura e, na ausência de ensaios clínicos apropriados, fizeram recomendações para esse grupo. A chave está no refinamento do risco-benefício de sangrar versus prevenção de acidente vascular cerebral (AVC). Qual a proposta deles? Usar o HAS-BLED:
- Quando ≥ 2, não indicam NOAC (risco sangrar 1,8-3,2%/ano versus risco AVC 0,6-1,3%/ano);
 - Já no HAS-BLED < 2, observe fatores de risco adicionais. Na presença deles, considere usar NOAC.
 
Fatores de risco para AVC na FA:
- Idade > 65 anos;
 - Diabetes melittus tipo 2;
 - FA (e não flutter);
 - FA permanente/persistente;
 - IMC ≥ 30 kg/m²;
 - Proteinúria > 150 mg/24h;
 - TFGe < 45 mL/h;
 - NT-pro-BNP > 1400 ng/L;
 - Troponina positiva;
 - Aumento átrio esquerdo (volume > 73 mL ou diâmetro > 4,7 cm);
 - Velocidade esvaziamento atrial < 20 cm/s.
 
Resumindo, o que fazer:

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Referência bibliográfica:
- Sulzgruber P, et al. Oral Anticoagulation in patients with non-valvular atrial fibrillation and a CHA2DS2-VASc score of 1. Eur Heart J. 2019 Sep 21;40(36):3010-3012. doi: 10.1093/eurheartj/ehz650.
 
Autoria

Ronaldo Gismondi
Editor-chefe médico da PEBMED ⦁ Pós-doutorado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ⦁ Coordenador da Cardiologia do Niterói D’Or ⦁ Professor da Universidade Federal Fluminense (UFF)
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