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Clínica Médica30 março 2023

OMS muda recomendações sobre vacinas contra covid-19

Os grupos prioritários da vacina contra a covid-19 se baseiam no risco de doença grave e óbito, desempenho da vacina, custo e outros fatores

Por Úrsula Neves

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revisou as suas recomendações sobre a vacinação de covid-19 e passou a recomendar que adultos com boa saúde precisam somente de uma dose adicional da vacina contra a doença, além da vacinação primária. Na prática isso significa que as pessoas que já receberam o esquema primário – que prevê duas doses – precisam receber somente a terceira dose, e não a quarta. 

“As recomendações foram atualizadas após refletirmos que grande parte da população está vacinada ou previamente infectada com a covid-19.  Voltamos a enfatizar a importância de vacinar aqueles que ainda correm risco de doença grave, principalmente adultos mais velhos e aqueles com condições subjacentes, incluindo com reforços adicionais. Os países devem considerar seu contexto específico ao decidir se devem continuar vacinando grupos de baixo risco, como crianças e adolescentes saudáveis, sem comprometer as vacinas de rotina que são tão cruciais para a saúde e o bem-estar dessa faixa etária”, afirmou a presidente do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da OMS (Sage), Hanna Nohynek.  

Saiba mais: OMS decide manter covid-19 como emergência global em saúde pública

O Sage divulgou as recomendações atualizadas após sua reunião desta semana em Genebra. As mudanças refletem o impacto da variante Ômicron e do elevado nível imunização registrado entre a população mundial devido às infecções e graças à vacinação.  

OMS muda recomendações sobre vacinas contra covid-19

OMS muda recomendações sobre vacinas contra covid-19

Novas recomendações sobre vacinas contra covid-19 

Os grupos prioritários são baseados principalmente no risco de doença grave e óbito, considerando ainda o desempenho da vacina, custo-efetividade, fatores programáticos e aceitação da comunidade. 

O grupo de alta prioridade inclui adultos mais velhos; adultos mais jovens com comorbidades significativas (como diabetes e doenças cardíacas); pessoas com condições imunocomprometidas (como pessoas vivendo com HIV e receptores de transplante), incluindo crianças com seis meses ou mais; gestantes e profissionais de saúde da linha de frente. 

O grupo de média prioridade inclui indivíduos entre 50 e 60 anos sem comorbidades, além de crianças e adolescentes de seis meses a 17 anos com comorbidades. Esse público pode receber doses adicionais, mas os “benefícios para a saúde são reduzidos”, conforme afirmaram os especialistas em vacinas da OMS. 

Já o grupo de baixa prioridade inclui crianças e adolescentes saudáveis ​​de seis meses a 17 anos. O Sage ressaltou que doses primárias e de reforço são seguras e eficazes em crianças e adolescentes.  

No entanto, considerando a baixa carga da enfermidade, a recomendação é que os governantes dos países baseiam a decisão de imunizar essa faixa etária a basear após a avaliação de fatores contextuais, como carga da doença, custo-efetividade e outras prioridades programáticas ou de saúde e custos de oportunidade.  

Leia também: O que ainda é mais fatal: covid-19 ou influenza?

O Grupo Consultivo recomenda um intervalo de seis a 12 meses entre os reforços, dependendo das comorbidades de cada indivíduo.  

O SAGE ainda atualizou as suas diretrizes sobre vacinas bivalentes contra a covid-19, passando a recomendar que os países possam considerar o uso da vacina bivalente de mRNA BA.5 para a série primária. 

Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED. 

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