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Ginecologia e Obstetrícia13 junho 2023

Prednisona para reduzir taxa de falha de implantação em pacientes submetidas a FIV

A falha na implantação é uma barreira crítica à fertilização in vitro. A prednisona, é muito utilizada para melhorar as chances de gravidez,

A falha de implantação em pacientes submetidas a fertilização in vitro (FIV) é uma barreira a ser quebrada pelos esterileutas. Afinal, é um evento que leva a impactos emocionais no casal infértil, além do gasto financeiro destes pacientes. Sabendo disso, cada vez mais estudos tentam mostrar maneiras de reduzir essas taxas de falha através de medicamentos como a prednisona.  

Saiba mais: Vale a pena fazer teste de receptividade endometrial para fertilização in vitro?

Prednisona para reduzir taxa de falha de implantação em pacientes submetidas a FIV

Prednisona para reduzir taxa de falha de implantação em pacientes submetidas a FIV

Novo estudo e métodos 

Em maio de 2023, foi publicado um artigo na revista científica JAMA com o objetivo de determinar a eficácia de 10 mg de prednisona em comparação com placebo em nascidos vivos entre mulheres com falha recorrente de implantação. Os pesquisadores realizaram um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, conduzido em oito centros de fertilidade na China.  

Resultados 

Os resultados obtidos pelos pesquisadores foram os seguintes: nascimento vivo ocorreu entre 37,8% das mulheres (135 de 357) no grupo prednisona versus 38,8% das mulheres (139 de 358) no grupo placebo (diferença absoluta, -1,0% [95% CI, -8,1% a 6,1%]; razão relativa [RR], 0,97 [95% CI, 0,81 a 1,17]; P = ,78).  

As taxas de perda bioquímica da gravidez foram de 17,3% no grupo da prednisona e 9,9% no grupo do placebo (diferença absoluta, 7,5% [95% CI, 0,6% a 14,3%]; RR, 1,75 [95% CI, 1,03 a 2,99] ; P = ,04).  

No grupo da prednisona, o parto prematuro ocorreu entre 11,8% e no grupo placebo, 5,5% das gestações (diferença absoluta, 6,3% [95% CI, 0,2% a 12,4%]; RR, 2,14 [95% CI , 1,00 a 4,58]; P = ,04).  

Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos nas taxas de gravidez bioquímica, gravidez clínica, implantação, complicações neonatais, anomalias congênitas, outros eventos adversos ou peso médio ao nascer. 

Conclusão 

A partir destes resultados, podemos verificar que entre as pacientes com falha recorrente de implantação, o tratamento com prednisona não melhorou a taxa de nascidos vivos em comparação com o placebo. Além disso, os dados sugeriram que o uso de prednisona pode aumentar o risco de parto prematuro e perda bioquímica da gravidez. Estes resultados desafiam a prática clínica de prescrever prednisona para todas as pacientes com falha de implantação.

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Mensagem prática 

Acredito que seja necessário a individualização do tratamento para cada caso, buscando a causa da falha de implantação, apesar de, na maioria das vezes, não conseguirmos achar a etiologia. Contudo, não devemos prescrever prednisona a todas, pois pode trazer malefícios para a paciente.  

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Referências bibliográficas

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