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Ginecologia e Obstetrícia14 fevereiro 2023

Como fazer o diagnóstico de infecção fetal e neonatal para toxoplasmose?

Se uma gestante soroconverte ou tem infecção aguda suspeita para toxoplasmose, a pesquisa da infecção fetal está indicada entre 18 e 28 semanas de gestação (após 4 semanas da data estimada de infecção…

Se uma gestante soroconverte ou tem infecção aguda suspeita para toxoplasmose, a pesquisa da infecção fetal está indicada entre 18 e 28 semanas de gestação (após 4 semanas da data estimada de infecção materna). Para isso, realiza-se amniocentese com envio do líquido amniótico para análise por PCR do T. gondii. A sensibilidade e a especificidade da PCR no líquido amniótico são 92% e 100%, respectivamente. O risco de perda fetal ou trabalho de parto prematuro pela amniocentese é de 0,1%. O exame contribui para tranquilização dos pais e indica-se uso de espiramicina quando o resultado vier negativo, ou para manutenção do tratamento com esquema tríplice, caso venha positivo.

Antes do procedimento, deve-se verificar a tipagem sanguínea ABO+Rh e as sorologias para sífilis, hepatites B e C e HIV. Se HIV positivo, deve-se fazer zidovudina. Se Rh negativa, deve-se aplicar imunoglobulina. A gestante também deve assinar um termo de consentimento livre e esclarecido autorizando o procedimento.

As alterações ultrassonográficas também podem fazer suspeita diagnóstica, mas aparecem tardiamente quando há infecção fetal e, portanto, aguardá-las para o diagnóstico é postergar o tratamento. As alterações ultrassonográficas sugestivas de infecção fetal são: hidrocefalia, microcefalia, calcificações cerebrais, oligo ou polidrâmnio, hidropisia com derrame pericárdico e hepatomegalia em gestante com suspeita de toxoplasmose. Nesses casos, o tratamento com o esquema tríplice (sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico) deve ser iniciado e a ultrassonografia deve ser repetida a cada 1 ou 2 meses para avaliar evolução.

Com o nascimento, outras alterações poderão ser encontradas. As lesões oculares correspondem a cerca de 70% das afecções e são as mais frequentes da toxoplasmose congênita. Podem ser encontradas retinocoroidite, microftalmia, atrofia do nervo óptico, paralisia ocular, catarata e estrabismo. Como alterações neurológicas podem ser encontrados microcefalia, ventriculomegalia, surdez neurossensorial, encefalomalácia, porencefalia e calcificações cerebrais, das quais algumas são bem graves. Hepatoesplenomegalia e trombocitopenia são algumas das alterações sistêmicas que podem ser encontradas.

Gestantes com infecção aguda no terceiro trimestre não necessitam de amniocentese e deverão ser tratadas com esquema tríplice até o parto. Ultrassonografias para avaliação fetal poderão ser solicitadas.

Autoria

Foto de Fabiano Elisei Serra

Fabiano Elisei Serra

Editor do Gopapers. Graduação em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais. Residência em Ginecologia e Obstetrícia pelo Centro de Referência em Saúde da Mulher – Hospital Pérola Byington. Pós-graduando no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

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