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Ginecologia e Obstetrícia8 fevereiro 2024

Cistos ovarianos: conceitos, diagnóstico e abordagem

Cistos são coleções líquidas que se formam nos ovários por uma ampla possibilidade de fatores. A possível etiologia depende da classificação de cada cisto. Os foliculares se formam pelo estímulo funci…

Por Jader Burtet

Cistos são coleções líquidas que se formam nos ovários por uma ampla possibilidade de fatores. A possível etiologia depende da classificação de cada cisto. Os foliculares se formam pelo estímulo funcional do recrutamento e seleção dos folículos ovarianos. Já os de corpo lúteo se formam após o fenômeno ovulatório. Os tecaluteínicos ocorrem por estimulação funcional da gonadotrofina coriônica humana nas pacientes com gestação molar.

A grande maioria dos cistos foliculares e de corpo lúteo não provocam sintomas e são autolimitados. O achado ultrassonográfico será de uma coleção com margens regulares e conteúdo anecogênico. De acordo com publicações recentes da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a indicação de abordagem cirúrgica é quando os cistos têm 8 cm. O objetivo é evitar o risco de torção. Já nas pacientes pós-menopausa, recomenda-se a abordagem cirúrgica quando o cisto tem 5 cm ou mais. Nessas pacientes, o objetivo principal é excluir a possibilidade de neoplasia. Os cistos tecaluteínicos não têm indicação de abordagem cirúrgica. A conduta é aspirar a gestação molar e aguardar a regressão espontânea.

Outros cistos frequentes são os hemorrágicos. Ocorrem após uma ovulação próxima a um leito vascular que provoca a sua ruptura. Forma-se um cisto com sangue e coágulos, que também pode ser chamado de corpo lúteo hemorrágico. As pacientes apresentam dor em uma das fossas ilíacas e em baixo-ventre no momento do ciclo compatível com a ovulação. A ultrassonografia pélvica evidencia um cisto com aspecto reticular (em formato de rede), frequentemente descrito como “em favo de mel”.

Na grande maioria dos casos, o sangramento é autolimitado e vai ocorrer absorção espontânea do cisto hemorrágico. A conduta é analgesia e repetição do exame ultrassonográfico no próximo ciclo. Em raros casos o sangramento não cessa, e a paciente desenvolve quadro de abdome agudo. Nessas situações, a abordagem cirúrgica será indicada.

Os cistos dermoides ou teratomas maduros são tumores benignos que podem se formar nos ovários por diferenciação ectodérmica. Costumam ser mais frequentes em adolescentes e adultas jovens, e se manifestam na ultrassonografia como um tumor cístico de conteúdo heterogêneo, com áreas hiperecogênicas e ecos de permeio. Quando ocorre a formação de cabelo no seu interior, a imagem se manifesta por linhas hiperecogênicas. De acordo com as recomendações atuais, a suspeição de teratoma ovariano deve ser descrita no laudo ultrassonográfico.

Os teratomas provocam maior mobilidade ovariana, aumentando o risco de torção. Por esse motivo, os teratomas têm indicação de exérese. A orientação é sempre realizar a ooforoplastia com exérese, nunca ooforectomia. A torção ovariana é mais comum no anexo direito e pode ocorrer quando a paciente apresenta alguma tumoração benigna ou cisto funcional, mas raramente ocorre quando não há nenhuma patologia anexial. A clínica característica é de dor pélvica súbita associada a náuseas, vômitos e rápida evolução para abdome agudo. O melhor exame é a ultrassonografia pélvica com Doppler evidenciando ausência de fluxo vascular no anexo.

REFERÊNCIAS

BARRA, Daniela de Abreu; JORGE, Napoleão Gontijo; CONDÉ, Elaine Fully. Massas anexiais: descrição e interpretação ultrassonográfica por IOTA. Femina, [Rio de Janeiro], v. 49, n. 1, 2021. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/femina/item/1213-revista-femina-2021-vol-49-n-01. Acesso em: 19 jan. 2024.

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