Logotipo Afya

Produzido por

Anúncio
Endocrinologia21 fevereiro 2022

A semaglutida oral está chegando! O que já sabemos?

O GLP-1 é uma incretina liberada principalmente pelas células L, localizadas no íleo e no cólon, em resposta à alimentação e a outros sinalizadores do próprio trato digestivo. Além de estimular a secr…

O GLP-1 é uma incretina liberada principalmente pelas células L, localizadas no íleo e no cólon, em resposta à alimentação e a outros sinalizadores do próprio trato digestivo. Além de estimular a secreção de insulina de maneira glicose-dependente, também inibe a secreção de glucagon e o débito hepático de glicose, retarda o esvaziamento gástrico, provoca saciedade, reduz o apetite, levando a perda ponderal. O GLP-1 endógeno é rapidamente degradado pela enzima DPP-4. Daí o desenvolvimento de análogos resistentes à tal metabolização.Os estudos iniciais em portadores de diabetes tipo 2 demonstraram elevada potência no controle glicêmico, além de proteção cardiovascular demonstrada em grandes estudos como o LEADER (liraglutida), SUSTAIN-6 (semaglutida) e REWIND (dulaglutida). Além do custo ainda elevado, a via de administração subcutânea também aparece como um limitante ao uso para parte dos pacientes.Essa segunda limitação está prestes a cair. Em setembro de 2019, a semaglutida oral recebeu aprovação para tratamento do diabetes tipo 2 pelo FDA americano. Em outubro de 2020, a ANVISA emitiu parecer semelhante, estando o lançamento comercial previsto para o segundo trimestre de 2022.O que já sabemosA semaglutida oral vem com o nome comercial de RybelsusR em comprimidos de 3, 7 e 14mg para tomada única diária, em jejum. A medicação é de absorção gástrica, devendo ser ingerida com pequeno volume de água (<120ml), respeitando intervalo mínimo de 30 a 40 minutos para a refeição ou tomada de outra medicação. O tratamento deve iniciar com 3mg, progredindo para 7mg após 4 semanas. A dose de 14mg fica reservada aos casos em que se necessite de maior controle glicêmico.O programa de ensaios clínicos PIONEER comparou o agente com o placebo e outras medicações, com resultados interessantes. A droga se mostrou bastante potente, com reduções absolutas de até 1,4% na HbA1c, resultado comparável a liraglutida 1,8mg, por exemplo. No quesito perda de peso, superou a lira no estudo PIONEER 4, alcançando redução média de 4,4kg. Ainda foi demonstrada segurança em pacientes com doença renal crônica e com doença cardiovascular prévia, porém sem redução dos desfechos (3PMACE) no PIONEER 6.Os efeitos colaterais observados foram semelhantes aos já conhecidos com os outros medicamentos da classe, afetando principalmente o trato gastrointestinal, sendo náuseas o mais observado. O custo, provavelmente no mesmo patamar dos já conhecidos aGLP1 injetáveis, provavelmente vai se tornar o principal limitante na prescrição do agente.E aí, ficou alguma dúvida? Manda pra gente!

Autoria

Foto de Luciano de França Albuquerque

Luciano de França Albuquerque

Graduação em medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco • Residência em Clínica Médica pelo Hospital Regional de Juazeiro – BA • Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da UFPE • Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia • Médico Endocrinologista no Hospital Esperança Recife e Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa

anuncio endocrinopapers

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Endocrinologia