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Endocrinologia1 abril 2024

Diabetes x Insuficiência Cardíaca: como tratar a hiperglicemia?

A insuficiência cardíaca (IC) já é reconhecida como uma complicação comum em portadores de diabetes melitus tipo 2 (DM2), com prevalência de até 22% nessa população. Guidelines recentes indicam rastre…

A insuficiência cardíaca (IC) já é reconhecida como uma complicação comum em portadores de diabetes melitus tipo 2 (DM2), com prevalência de até 22% nessa população. Guidelines recentes indicam rastreio de IC em todos os pacientes com DM2. Para isso, recomenda-se a dosagem anual do BNP ou do NTproBNP (com ponto de corte ≥50 pg/mL e ≥125 pg/mL, respectivamente). Valores de troponina acima do limite de referência também indicam maior risco de progredir para IC sintomática. Diante de triagem positiva, fica indicado o ecocardiograma.

Os inibidores do SGLT2 são considerados terapia de escolha para pacientes com diabetes e insuficiência cardíaca. Empagliflozina e Dapagliflozina foram avaliados em diversos estudos (EMPEROR Preserved e EMPEROR Reduced; DAPA-HF e DELIVER) demonstrando redução de desfechos cardiovasculares neste perfil de paciente, independente da fração de ejeção.

A metformina deve ser associada aos iSGLT2 quando for necessário melhor controle glicêmico. Casos com HbA1c > 7,5% já são candidatos a terapia dupla inicial. Embora não existam estudos randomizados, dados prospectivos apontam redução de hospitalizações por IC e morte cardiovascular. Em pacientes com IC grave ou instável, principalmente se doença renal concomitante, o uso de metformina deve ser evitado pelo potencial risco de acidose láctica.

Os agonistas de GLP1 são recomendados como terceiro agente no controle glicêmico em pacientes com diabetes e insuficiência cardíaca. A semaglutida demonstrou segurança em pacientes com ICFEP, reduzindo sintomas e melhorando teste de caminhada. Não há estudos randomizados avaliando o efeito dos aGLP1 na redução de desfechos cardiovasculares em pacientes com IC. A recente Diretriz Luso-Brasileira contraindica os aGLP1 em pacientes com ICFER avançada (mas não define critérios) e recomenda cautela no uso de aGLP1 em pacientes com ICFER pelo aumento de eventos adversos em alguns estudos.

A saxagliptina e a pioglitazona estiveram associados a maior frequência de eventos adversos e seu uso deve ser evitado em pacientes com IC. Sulfonilureias também demonstraram maior risco de re-hospitalizaçao em pacientes com IC devendo ser usadas com cautela nessa população.

Autoria

Foto de Luciano de França Albuquerque

Luciano de França Albuquerque

Graduação em medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco • Residência em Clínica Médica pelo Hospital Regional de Juazeiro – BA • Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da UFPE • Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia • Médico Endocrinologista no Hospital Esperança Recife e Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa

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