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Endocrinologia24 abril 2023

Cirurgia Bariátrica: orientação nutricional.

A cirurgia bariátrica é reconhecida como a opção de tratamento mais efetiva para pessoas com obesidade grave. Todos os procedimentos de cirurgia bariátrica afetam a nutrição em graus variados e podem …

A cirurgia bariátrica é reconhecida como a opção de tratamento mais efetiva para pessoas com obesidade grave. Todos os procedimentos de cirurgia bariátrica afetam a nutrição em graus variados e podem causar deficiências de micronutrientes clinicamente significativas. Dessa maneira, orientação nutricional adequada, com monitoramento laboratorial e suplementação de acordo com as demandas são fatores fundamentais no acompanhamento.

Pacientes candidatos à cirurgia bariátrica devem passar por uma avaliação nutricional abrangente antes do procedimento. Exames laboratoriais essenciais incluem triagem para deficiências nutricionais, diabetes, dislipidemia, além de avaliação da função renal e hepática. Para cirurgias disabsortivas testes adicionais devem ser considerados, por exemplo, níveis séricos de vitamina A, zinco, cobre e selênio. As deficiências nutricionais identificadas devem ser corrigidas antes da cirurgia. Muitos centros recomendam uma dieta de baixa caloria/baixo carboidrato imediatamente antes da cirurgia. Como essas dietas nem sempre são nutricionalmente completas, um suplemento multivitamínico e mineral pode ser necessário.

Após a cirurgia bariátrica o acompanhamento deve ser regular e vitalício, buscando garantir que as necessidades nutricionais sejam atendidas e os riscos de deficiências nutricionais relacionadas sejam reduzidos. Em geral, o acompanhamento deve permanecer com o centro responsável pelo procedimento pelo menos durante os primeiros 2 anos. Após esse período, as pessoas devem realizar avaliação do estado nutricional pelo menos anualmente como parte do gerenciamento de cuidados.

Após todos os procedimentos bariátricos, recomenda-se um suplemento multivitamínico e mineral completo, buscando uma composição adequada para combater os efeitos de má absorção e da restrição alimentar; no entanto, suplementos adicionais sao geralmente necessários.

Suplementação adicional de ferro geralmente indicada (recomenda-se adicionar 200mg de sulfato ferroso ao dia). O uso combinado de frutas cítricas ou vitamina C aumenta a absorção do ferro. A suplementação de Cálcio e ferro devem ser tomadas com intervalo de 2h, pela interferência na absorção entre os dois elementos. As necessidades de ácido fólico (400mg/dia) geralmente são atendidas pelos multivitamínicos. Já a vitamina B12 deve ser reposta preferencialmente por via intramuscular pelo menos a cada 3 meses. A via sublingual pode ser uma alternativa.

Vitamina D na dose de 2000 a 4000 UI dia é recomendada, buscando a manutenção de níveis de 25(OH)VitD > 30 ng/ml. Após procedimentos disabsortivos, doses mais elevadas podem ser necessárias. O cálcio dietético deve ser preferido, sendo recomendado 1200 a 1500 mg ao dia (podendo chegar a 2400 mg para alguns casos). O citrato de cálcio pode ter maior biodisponibilidade por menor dependência de acidez gástrica, bem como menor risco de nefrolitíase, sendo colocado como forma preferencial em algumas diretrizes.

A maioria dos polivitaminicos têm quantidade suficiente de vitaminas A, E, K, B1, cobre, zinco, selênio e magnésio, não sendo recomendado suplementação adicional rotineira, exceto nos casos de deficiência.

Autoria

Foto de Luciano de França Albuquerque

Luciano de França Albuquerque

Graduação em medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco • Residência em Clínica Médica pelo Hospital Regional de Juazeiro – BA • Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da UFPE • Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia • Médico Endocrinologista no Hospital Esperança Recife e Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa

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