Logotipo Afya

Produzido por

Anúncio
Endocrinologia26 dezembro 2022

Avaliação dos Incidentalomas Adrenais

Os incidentalomas adrenais (IA) são massas adrenais de 1 cm ou mais de diâmetro descobertas ao acaso durante exames de imagem. Recente estudo transversal chinês apontou frequência de 1,4% na população…

Os incidentalomas adrenais (IA) são massas adrenais de 1 cm ou mais de diâmetro descobertas ao acaso durante exames de imagem. Recente estudo transversal chinês apontou frequência de 1,4% na população. Outros estudos retrospectivos apontam frequência de 4 a 7%. Esse número aumenta com a idade e parece ser um pouco maior em homens. A maioria das lesões são benignas porém podem estar relacionadas a maior morbimortalidade quando existe produção hormonal ou malignidade, indicando intervenção cirúrgica.

Na avaliação do risco de malignidade, os principais pontos a considerar são o tamanho da lesão e os achados dos exames de imagem, particularmente tomografia (TC) e ressonância magnética (RM), ambas igualmente eficazes. Lesões de até 3 a 4 cm são muito provavelmente benignas, enquanto lesões maiores que 4 a 6 cm apresentam maior risco de malignidade. Margens irregulares e invasivas, além da densidade não homogênea são achados em lesões malignas. Densidade elevada na TC (principalmente se > 25 a 30 UH) e menor washout do contraste (<50%) são outros achados sugestivos de malignidade observados no exame com protocolo para adrenal.

A avaliação laboratorial busca diferenciar os quatro tipos de massas adrenais funcionantes: tumores secretores de cortisol, feocromocitomas, aldosteronomas e lesões secretoras de androgênios.

São exames de triagem:

– Cortisol pós dexametasona 1mg overnight.

Valores > 1,8 mcg/dl sugerem secreção autônoma de cortisol (confirmada se > 5 mcg/dl).

Diante de excesso de cortisol, avaliar ACTH (valores suprimidos – < 10 pg/ml - pela secreção da adrenal).

– Metanefrinas plasmáticas (se disponível) ou urinárias.

Feocromocitomas podem ter achados de imagem similares às lesão malignas.

Atentar para preparo cirúrgico específico em caso suspeito.

– Relação Aldosterona/Atividade plasmática de renina.

Indicada em caso de hipertensão e/ou hipocalemia.

Androgênios: DHEA/SDHEA, 17OHprogesterona, Androstenediona, Deoxicortisol, Testosterona (em mulheres), Estradiol (em homens)

Em casos sintomáticos (ou seja, não nos incidentalomas) ou se suspeita de malignidade.

A adrenalectomia está indicada nos pacientes com FEO e aldosteronomas. Nos casos de secreção autônoma de cortisol, ainda não há consenso. Cirurgia é indicada nos pacientes com cortisol pós-supressão > 5 mcg/dl com comorbidades relacionadas ao hipercortisolismo e supressão do ACTH. Idade < 50 anos e comorbidades com difícil controle são fatores a considerar na indicação. É importante repor glicocorticóide no pós-operatório, devido à supressão da glândula contralateral. Diante de um tumor não funcionante, cirurgia está potencialmente indicada para os tumores > 4 cm, ou quando existirem achados suspeitos de malignidade nos exames de imagem.

Autoria

Foto de Luciano de França Albuquerque

Luciano de França Albuquerque

Graduação em medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco • Residência em Clínica Médica pelo Hospital Regional de Juazeiro – BA • Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da UFPE • Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia • Médico Endocrinologista no Hospital Esperança Recife e Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa

anuncio endocrinopapers

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Endocrinologia