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Endocrinologia24 fevereiro 2025

Aspartame aumenta o risco cardiovascular?

Aspartame aumenta o risco cardiovascular?

Adoçantes artificiais, como aspartame, sucralose e estévia, tornaram-se onipresentes nas dietas modernas, particularmente em produtos de baixa caloria e sem açúcar. Esses compostos têm por objetivo fornecer doçura sem o conteúdo calórico do açúcar, tornando-os atraentes para o controle de comorbidades relacionadas ao excesso de peso. Eles são comumente encontrados em refrigerantes diet, sobremesas sem açúcar e adoçantes de mesa, comercializados como “alternativas mais saudáveis”. A popularidade dos adoçantes tem crescido, impulsionada por campanhas que incentivam a redução da ingestão de açúcar para combater a obesidade e distúrbios metabólicos relacionados.

No entanto, a segurança a longo prazo do consumo dos adoçantes tem sido objeto de debate. Embora agências reguladoras como a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA classifiquem a maioria dos adoçantes artificiais como seguros dentro de doses diárias aceitáveis, pesquisas recentes vêm levantando preocupações sobre possíveis efeitos adversos, particularmente na saúde cardiovascular. Estudos anteriores forneceram resultados contraditórios, o que levou a OMS, a recomendar que esses produtos não devam ser utilizados como substitutos de açúcar visando o controle do peso corporal ou a redução de doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.

Um estudo recente, publicado na revista Cell Metabolism trouxe novos dados sobre os riscos cardiovasculares associados ao aspartame, um dos adoçantes mais utilizados. A pesquisa envolveu modelos animais, apontando que o consumo de aspartame aumentou acentuadamente a secreção de insulina. Esse aumento foi mediado pela ativação parassimpática, como demonstrado pela não elevação da insulina após vagotomia. Em camundongos ApoE−/−, geneticamente propensos à aterosclerose, a alimentação contínua com aspartame exacerbou a formação e o crescimento da placa aterosclerótica, e esse efeito foi dependente de insulina. O estudo identificou um mecanismo molecular chave envolvendo a quimiocina CX3CL1. Sua ativação foi associada ao recrutamento de células inflamatórias e progressão de placa aterosclerótica.

Embora o estudo tenha sido realizado em animais, seus achados trazem reflexões para a saúde humana, dado o uso generalizado dos adoçantes. O aumento observado na insulina e a subsequente aterosclerose sugerem que o consumo a longo prazo pode contribuir para fatores de risco cardiovascular, como inflamação arterial e acúmulo de placa, particularmente nos indivíduos com fatores de risco cardiovascular pré-existentes. O estudo foi limitado ao aspartame e em doses mais elevadas do que as habitualmente consumidas. Os achados sugerem cautela, porém são necessários dados mais bem elaborados para conclusões definitivas.

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