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Endocrinologia11 setembro 2023

Apolipoproteína B na avaliação de risco cardiovascular

A Apolipoproteína B (apoB) é a partícula estrutural das lipoproteínas aterogênicas VLDL, IDL, LDL e Lp(a) originadas do fígado (ApoB100) e dos remanescentes da via exógena do metabolismo (apoB48)….

A Apolipoproteína B (apoB) é a partícula estrutural das lipoproteínas aterogênicas VLDL, IDL, LDL e Lp(a) originadas do fígado (ApoB100) e dos remanescentes da via exógena do metabolismo (apoB48). Em diretrizes mais recentes, a dosagem da apoB vem ganhando destaque na avaliação do risco cardiovascular. Reunimos alguns dos principais pontos considerados:

1- A dosagem da ApoB é uma alternativa recomendada ao LDL-C

A diretriz da Sociedade Cardiovascular Canadense de 2021 sobre dislipidemia recomenda a avaliação dos níveis de Colesterol não-HDL ou apoB como alternativas ao LDLc para triagem e alvos de tratamento. A medida da apoB estima o número total de partículas aterogênicas, uma vez que está presente na proporção de uma partícula de ApoB por cada partícula de VLDL, IDL, LDL e Lp(a).

2- Apolipoproteína B prevê com maior precisão o risco cardiovascular

A aterosclerose está mais intimamente associada ao número de partículas de lipoproteínas contendo apoB do que à concentração de colesterol. Entre dois indivíduos com níveis similares de LDLc, aquele com apoB mais elevada tem maior número de partículas pequenas e densas, mais aterogênicas.

Ensaios clínicos avaliando o tratamento com estatinas, ezetimiba e iPCSK9 indicam que os níveis de apoB predizem com maior precisão o risco de doença cardíaca coronária do que os níveis de LDLc ou não-HDLc.

3- Como usar o marcador na prática clínica?

A diretriz Canadense recomenda tratamento com estatinas, somado às modificações no estilo de vida, para pacientes com risco intermediário e nível de apoB superior a 105 mg/dL. Para pacientes com doença cardiovascular estabelecida (alto risco), a intensificação da terapia hipolipemiante está indicada quando apo B > 70 mg/dL.

4- A apolipoproteína B tem vantagens práticas sobre outras medidas

A dosagem da apoB tem baixo custo e é tecnicamente fácil de ser realizada. Em contraste com o LDLc e o não-HDLc, que são calculados, a apoB é medida diretamente. A dosagem da apoB não requer jejum e não sofre interferência quando os triglicerídeos estão elevados ou o LDL-C está muito baixo devido ao tratamento.

5- Alguns pacientes com níveis de LDLc na meta apresentam níveis elevados de apolipoproteína B

Os níveis de apoB e LDLc são discordantes em 20% dos pacientes, principalmente naqueles em uso de estatina, com triglicerídeos elevados, diabetes tipo 2 ou obesidade, grupos com risco cardiovascular elevado.

Neste contexto, a quantificação de partículas aterogênicas circulantes ganha maior relevância e um nível elevado de apoB prediz um risco maior de doença cardiovascular aterosclerótica.

Autoria

Foto de Luciano de França Albuquerque

Luciano de França Albuquerque

Graduação em medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco • Residência em Clínica Médica pelo Hospital Regional de Juazeiro – BA • Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da UFPE • Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia • Médico Endocrinologista no Hospital Esperança Recife e Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa

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