A ceratose pilar tem caráter multifatorial e pode acometer várias localizações da superfície da pele. possui variantes menos comuns e subtipos raros, como Queratose pilar rubra, Eritromelanose folicular faciei et colli e o espectro da Queratose pilar atrofiante. Pode estar relacionada à condições como dermatite atópica, ictiose vulgar, obesidade, diabetes mellitus e desnutrição. Também pode se apresentar em conjunto com síndromes como síndrome de Down e síndrome de Noonan.
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Diagnóstico
É clinicamente caracterizada pela presença de pápulas queratósicas foliculares, associadas ou não a eritema de base nas áreas acometidas. Pode afetar quase toda a superfície cutânea que possui pelos, porém é mais comum na região proximal e extensora das extremidades e nas áreas convexas, como bochechas e glúteos.
Pode haver piora durante o inverno, quando a pele pode ficar mais seca. Para alguns pacientes, pode ser esteticamente deformante e psicologicamente desconfortável.
O diagnóstico é clínico, entretanto, a biópsia de pele pode demonstrar tamponamento folicular acentuado do orifício do folículo piloso, com hiperqueratose e acantose da epiderme. Infiltrado linfocitário da derme e hipergranulose também podem estar presentes.
As lesões podem involuir com o tempo. Os pacientes devem ser orientados a não manipularem as lesões e a manterem higiene.
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Tratamento
O tratamento tópico inclui: emolientes e ceratolíticos tópicos.
Pode ser usado ácido salicílico 6% ou creme de ureia 20%, que auxiliam na melhora da textura da pele. Tazaroteno 0,01% e peeling químicos como o de ácido glicólico a 70% também são descritos.
Relatos de caso apontam o uso de laser de corante pulsado, laser de alexandrita, laser Nd:YAG e laser de CO2 fracionado para controle da condição.
Os inibidores da quinase também podem ser influentes na queratose pilar. Estudos demontraram que o Vemurafenibe ajudou 48% dos pacientes com melanoma metastático e ceratose pilar, enquanto os 52% restantes dos pacientes desenvolveram erupções cutâneas (não devido a alergias do paciente). Já o Nilotinib pode induzir o aumento da gravidade da queratose pilar.
Autoria

Marselle Codeço Barreto
Médica, Dermatologista pela Universidade Federal do Rio De Janeiro (UFRJ). Professora de Dermatologia na Faculdade de Medicina (UFRJ). Preceptora de Dermatologia e Dermatoscopia no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF- UFRJ). Aprovada na prova de Título de Especialista em Dermatologia e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
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