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Clínica Médica17 agosto 2023

Caso clínico: Lesão pruriginosa no abdome a esclarecer

Paciente sem sintomas sistêmicos no momento. Confira o caso clínico completo e teste seus conhecimentos em dermatologia.

Paciente feminina, 90 anos, hipertensa, diabética, apresenta lesão pruriginosa acometendo abdome inferior, há 30 dias, com piora do prurido nos últimos dias durante a internação. Região genital e glúteos poupados. Sem sintomas sistêmicos no momento. 

Ao exame: Placa eritemato-descamativa, com bordas circinadas na região de abdome inferior, com áreas de escoriação. 

Confira a imagem:

De acordo com a imagem, qual seu diagnóstico e conduta?

*Resposta da autora:

Diagnóstico: Tineacorporis.

Conduta: Exame micológico direto + cultura para fungos, seguido de tratamento com antifúngico tópico.

O exame micológico direto apresentou Hifas septadas e artroconídeos; e a cultura para fungos revelou o crescimento de Trichophyton rubrum. confirmando  o diagnóstico de dermatofitose – Tinea corporis. 

Tinea é geralmente seguida por um termo latino que designa o local envolvido, como tineacorporis e tinea pedis. Dermatofitoses ou tinhas são micoses causadas por um grupo de fungos conhecidos como dermatófitos, que distribuem-se em três gêneros: Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton. Este último  tem como espécies mais importantes: Trichophyton rubrum, T. mentagrophytes,T. tonsurans, T. schoenleinii, T. violaceum e T. verrucosum. Geralmente limitam-se ao envolvimento de cabelos, unhas e estrato córneo, que são inóspitos a outros agentes infecciosos.

O diagnóstico pode ser clínico devido à morfologia e apresentação clínica da lesão; Tinea corporis geralmente se apresenta como uma mancha vermelha, anular, descamativa e pruriginosa com clareamento central e uma borda mais ativa. As lesões podem ser únicas ou múltiplas e o tamanho geralmente varia de um a cinco centímetros, mas também podem ocorrer lesões maiores com confluência. O diagnóstico diferencial se faz especialmente com o eczema, psoríase e dermatite seborreica. 

Quando há dúvida diagnóstica, pode-se realizar um exame micológico direto a partir do raspado da lesão que, no caso da dermatofitose, pode apresentar hifas septadas e artroconídeos; a cultura para fungos isola o agente causador. 

 A biópsia de pele com coloração de ácido periódico-Schiff (PAS) pode ser indicada para lesões atípicas ou persistentes. 

O tratamento pode ser realizado com antifúngico tópico, como Cetoconazol, Miconazol, Terbinafina, Ciclopirox Olamina, dentre outros. Antifúngicos orais podem ser indicados para doença extensa, falha no tratamento tópico, pacientes imunocomprometidos. 

É importante examinar e tratar contatos próximos e não compartilhar fômites. 

No caso acima, a paciente foi tratada com esquema de antifúngico tópico (utilizado Miconazol 2% creme, duas vezes ao dia, por quatro semanas) com resposta ao tratamento e involução completa da lesão.

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