Logotipo Afya
Anúncio
Cirurgia1 dezembro 2021

Exames pré-operatórios: qual é a importância?

Os exames pré-operatórios são peças fundamentais no planejamento cirúrgico, anestésico e na preparação do paciente.

Por Bruno Vilaça

Os exames pré-operatórios são peças fundamentais no planejamento cirúrgico, anestésico e na preparação do paciente que será submetido a uma cirurgia eletiva. Mas será que todos os exames solicitados pelo médico são necessários? 

Na literatura, temos acesso a diversas diretrizes que orientam médicos na avaliação pré-operatória. Em quase sua totalidade, o paciente e sua cirurgia são estratificados.

As cirurgias podem ser estratificadas de acordo com o risco cardíaco que apresentam: 

  • Baixo risco (<1%): cirurgias ortopédicas e urológicas simples, mamas, olhos, ginecológicas, endócrinas, odontológicas;
  • Risco intermediário (1-5%): cirurgias ortopédicas e urológicas complexas, abdominais, pulmonares, carótidas, endovasculares, cabeça e pescoço;
  • Alto risco (>5%): cirurgias cardíacas, revascularizações periféricas, aorta e outras cirurgias vasculares de grande porte.

Os pacientes também são estratificados de acordo com a anamnese e exame físico realizados pelo médico nas consultas pré-operatórias. A classificação mais utilizada é a sugerida pela Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA):

  • ASA 1: pacientes hígidos, sem doenças pré-existentes;
  • ASA 2: pacientes que apresentam doença pré-existente controlada;
  • ASA 3: pacientes que apresentam doença pré-existente não-controlada;
  • ASA 4: pacientes que apresentam doença pré-existente não-controlada e incapacitante;
  • ASA 5: pacientes moribundos, de péssimo prognóstico, sem expectativa de vida ao menos que seja operado;
  • ASA 6: morte encefálica.

exames pré-operatórios

Importância dos exames pré-operatórios 

De acordo com os resultados obtidos, exames pré-operatórios são solicitados para garantir a segurança do paciente na realização do procedimento anestésico/cirúrgico. Por exemplo, pacientes com menos de 40 anos e saudáveis que serão submetidos a cirurgias simples não necessitam de nenhum exame complementar. Ao contrário daquele paciente idoso ou com história de doença cardíaca, diabetes ou asma que ganhará a solicitação de alguns exames para avaliar se a sua doença está controlada. Caso o resultado de algum exame mostre ao médico que aquele paciente pode ser otimizado, garantindo melhores condições de saúde para realização do procedimento, este, será adiado. 

Entretanto, a judicialização da medicina criou médicos temerosos, que buscam na solicitação de exames complementares uma forma de se defender de um processo judicial. Como consequência temos o encarecimento do sistema de saúde e o retardo do procedimento, que poderia ser realizado de forma mais rápida, reduzindo assim filas e sofrimento dos pacientes.

Leia também: Ansiedade pré-operatória e despertar durante anestesia

Sabemos que a medicina é uma ciência não-exata, extremamente complexa e em constante transformação. Dessa forma, médicos podem ter visões e opiniões diferentes a respeito do mesmo problema. As diretrizes, baseadas em pesquisa, vieram para tentar uniformizar as condutas médicas. Porém, infelizmente, com o advento da internet, da informação nem sempre correta à disposição do paciente, do advogado de porta de hospital, médicos se veem pressionados a solicitar diversos exames que sabidamente são desnecessários. O principal prejudicado é o paciente, que pagará mais caro por um plano de saúde ou ficará refém do sistema público.

Autoria

Foto de Bruno Vilaça

Bruno Vilaça

Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ ⦁ Residência Médica em Anestesiologia pelo Ministério da Educação e Cultura ⦁ Título de Especialista em Anestesiologia pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia realizado no Hospital Federal Andaraí, RJ ⦁ Preceptor da Residência Médica em Anestesiologia no Hospital Federal Andaraí, RJ ⦁ Preceptor de residentes em Anestesiologia no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, RJ ⦁ Pós-graduação lato sensu em Dor pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein ⦁ Equivalência em Medicina pela Universidade de Lisboa.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Anestesiologia